A Câmara Municipal de Castro Verde, o Movimento SOS Racismo, a Letras Nómadas, a Sílaba Dinâmica e o Alto Comissariado para as Migrações reuniram na quarta-feira, 27 de janeiro, à tarde, para avaliar em conjunto a “controvérsia” surgida em torno da comunidade residente no Rossio do Santo.
Dessa reunião resultou uma plataforma de esclarecimento, cooperação e um comunicado conjunto que aqui damos a conhecer:
Comunicado Conjunto
No dia 27 de janeiro de 2021, a Câmara Municipal de Castro Verde, representada pelo Presidente António José Brito, a Letras Nómadas – Associação de Investigação e Dinamização das Comunidades Ciganas e o Movimento SOS Racismo, representadas pelo dirigente Bruno Gonçalves, a Sílaba Dinâmica – Associação Intercultural, representada pelo Presidente Luís Romão, e o Alto Comissariado para as Migrações, I.P., representado pelo Vogal do Conselho Diretivo, José Reis, reuniram no sentido de refletirem sobre a gestão do surto de COVID-19 na comunidade, tendo os presentes demonstrado a sua preocupação com o sucedido mas, sobretudo, consensualizando a necessidade de desenvolver e consolidar um trabalho de proximidade e articulação, com vista a uma maior inclusão da população portuguesa cigana residente na autarquia.
Na sequência de dois casos de COVID-19 identificados na comunidade, a Autoridade de Saúde de Castro Verde determinou a testagem, no dia 23 de janeiro de 2021, das cerca de 50 pessoas residentes no bairro Rossio do Santo, tendo sido verificado que mais 15 moradores estavam infetados pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.
Neste seguimento, os serviços de ação social do município foram ativados para dar apoio às pessoas residentes no Rossio do Santo, através do programa “Fique em Casa, Nós Vamos por Si”, que assegura a entrega de bens alimentares, medicação e outros produtos essenciais às famílias que necessitem. A Câmara Municipal de Castro Verde articulou também com a GNR no sentido de estabelecer um plano para assegurar a fiscalização do confinamento profilático estabelecido, como é procedimento habitual.
Com este enquadramento, a Câmara Municipal de Castro Verde esclarece que não teve a intenção de promover qualquer tipo de estigmatização ou discriminação a qualquer grupo específico de residentes e reconhece que a comunicação utilizada não terá sido a mais adequada face à situação em concreto. A autarquia garante também que a fiscalização efetuada pela GNR é a mesma realizada nos termos definidos para todas as pessoas sob dever de confinamento e apenas nesses termos.
A Câmara Municipal de Castro Verde é sensível às preocupações transmitidas pelos representantes das associações presentes e já tomou as diligências necessárias para a sua mitigação.
No mesmo sentido, os dirigentes associativos presentes reconhecem a existência de um trabalho de proximidade da autarquia com os munícipes ciganos, que importa manter.
Face ao exposto, todas as partes envolvidas na reunião expressaram a vontade de desenvolver e consolidar um trabalho de proximidade e articulação, com vista a uma maior inclusão da população portuguesa cigana no concelho de Castro Verde.
Assim, este comunicado conjunto representa a união de esforços para promover a capacidade de diálogo, tolerância e espírito construtivo entre todos e todas, bem como para alcançar o objetivo definido.
Fonte: Câmara Municipal de Castro Verde