A Universidade de Évora marca presença na exposição “Ídolos — Olhares Milenares” dedicada às representações humanas criadas há 5.000 anos pelos povos do sul da Península Ibérica, denominados ídolos. A exposição preparada pelo Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, vai contar com peças provenientes de um projeto desenvolvido na Coudelaria de Alter do Chão liderado por Jorge de Oliveira, Professor do Departamento de História da UÉ.
O Laboratório de Arqueologia Pinho Monteiro da Universidade de Évora destaca desta forma a presença nesta exposição dando a conhecer algumas peças provenientes de um projeto de Jorge de Oliveira desenvolvido na Coudelaria de Alter do Chão. Entre o conjunto, constam as Placas de Grés da Anta da Horta que estão já a ser tratadas pelo Laboratório de Conservação e Restauro do MNA coom o objetivo de integrarem a exposição. Para além da participação em termos de espólios, os professores de Arqueologia da UÉ, Jorge de Oliveira e Leonor Rocha, vão colaborar com textos para o catálogo desta exposição internacional.
Leonor Rocha realça o “singular valor e beleza” das peças que UÉ vai levar a público destacando as Placas de Grés, “placas votivas, encontradas apenas em contextos funerários, em monumentos megalíticos funerários do Norte Alentejano e cronologicamente atribuíveis ao Neolítico final”, faz notar a Professora do Departamento de História e diretora do Curso de Especialização Técnica em Desenho Arqueológico na mesma Universidade.
A exposição é fruto da colaboração entre a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), o Museu Arqueológico de Alicante e a Universidade de Alcalá de Henares, em Espanha, e “será a única vez em que se mostrarão em conjunto ídolos das mais diversas procedências”, tal faz sublinhar a DGPC no sítio ´online´.
Os arqueólogos chamaram-lhes ídolos, às “figuras antropomorfas, com rosto e membros esculpidos em pedra, osso e cerâmica, criadas por populações que viveram entre 5.000 e 3.000 anos antes de Cristo, numa altura em que a população cresceu rapidamente devido ao desenvolvimento da agricultura e da pastorícia”.
Entre as peças expostas no MNA, em Lisboa, constam as descobertas em escavações realizadas no final do século XIX em Portugal e em Espanha, reveladoras de crenças e modos de vida de comunidades do sul da Península Ibérica. Dos bens culturais nacionais, “oito estão classificados como «tesouro nacional», provenientes dos concelhos de Olhão, Torres Vedras, Évora, Marvão, Mértola, Ponte de Sor, Sintra, Reguengos de Monsaraz, Amadora, Montemor-o-Novo, Setúbal e Crato.
Recorde-se que a DGPC assinou em novembro de 2020 um protocolo de colaboração com a Fundação C.V. Museu Arqueológico de Alicante para a realização desta exposição, depois de o país vizinho ter inaugurado, em julho desse ano, uma exposição com o mesmo título, em Madrid, que recebeu meia centena de peças de Portugal.
Ainda sem data definida prevê-se para o mês de abril a inauguração desta exposição.
Fonte: Universidade de Évora