Esta exposição celebra Jorge Vieira, por ocasião do seu centenário, proporcionando o contacto com uma das obras maiores da arte portuguesa do século XX. Através dela, é possível compreender valores da arte moderna, nomeadamente os confrontos entre a figuração e a abstracção. Para Jorge Vieira, esta foi uma questão essencial, manejada numa perspectiva de articulação, não de oposição.
O ponto de vista que se escolheu é temático, centrado na figura do Touro, mas com articulações inesperadas que vão da auto-representação à elaboração de séries percorridas por uma inventividade transbordante.
O tema abre um fundo território de memória e de mitos. Por espantosa coincidência, o escultor Jorge Vieira, lisboeta e cosmopolita, escolheu Beja para acolher um pequeno museu com peças que ofereceu ao Município. Não sabia ele então que o Touro simboliza esta prestigiada cidade, não só desde a sua fundação romana, mas muito mais atrás, como a literatura regista e a arqueologia confirma.
Para Jorge Vieira, a modernidade tinha raízes pertinentes, por exemplo na escultura e na cerâmica antigas da área do Mediterrâneo. Por isso os seus Touros são um elo misterioso, relacionados com antiquíssima cadeia de símbolos que teve em Beja um palco dinâmico. Não há resposta simples para estas coincidências mas as obras aqui estão: elas não explicam nada mas falam intensamente à razão e às emoções.
De 15 de Outubro’22 a 18 de Março’23, no Centro de Arqueologia e Artes.
15 outubro
15.00 Inauguração
Fonte: Nota de Imprensa / Câmara Municipal de Beja