Para este mais recente trabalho, Ricardo Silva elaborou uma recolha de canções tradicionais oriundas de diversas regiões portuguesas, e não só, tendo como denominador comum a viola de arame própria de cada uma dessas regiões, numa autêntica viagem musical de norte a sul do país, não esquecendo, obviamente, as ilhas e estendendo-se também a paragens onde a influência lusa persiste ainda, como Cabo Verde e o Brasil. Para o efeito, Ricardo Silva convidou um músico por canção, gravando uma canção por viola e uma viola por região, transformando essas mesmas canções em verdadeiros diálogos entre a guitarra portuguesa e a respetiva viola de arame.
A viagem de “A Guitarra e as Violas” inicia-se no Minho, com a braguesa de Luis Capela, seguindo para Amarante numa chula com Chico Gouveia, passando pela viola toeira com Miguel Luis, dirigindo-se às Beiras, com Miguel Carvalho, entrando em terrasalentejanas, na companhia da viola campaniça de Tozé Bexiga, rumando em seguida para as ilhas, com paragem na Madeira e a viola de arame de Vítor Sardinha, seguindo-se a viola da Terra dos Açores com Rafael Carvalho e a viola da Terra da Ilha Terceira com Evandro Meneses. Já por África, o viagem prossegue com a viola de Cabo Verde e as participações de Ericson Fonseca e Luis Baptista , navegando em seguida para o Brasil, em companhia das violas caipiras de Fernando Deghie e de Gustavo Roriz. O périplo termina, inevitavelmente, com um Fado tradicional, acompanhado por João Silva, na viola de Fado.
Se há uma guitarra que é portuguesa, há igualmente instrumentos com tamanha carga simbólica, que aclamam a generosidade de um povo, que atravessam gerações e que cada vez mais se fazem ouvir – as Violas de Arame Portuguesas. Instrumentos populares, de uma nobreza ímpar, que são o retrato de um Portugal rústico, genuíno, rico e profundo, pequeno em território, mas imenso na sua diversidade cultural.
Assim, o intuito de Ricardo Silva com o álbum “A Guitarra e as Violas” é tão somente prestar uma merecida homenagem a todas as violas de arame e aos seus cultores.
Single ‘Mariana Campaniça’ – https://drive.google.com/file/d/1mtR3rE_lSRjbKhAErXzLJvHh8LWltgEI/view?usp=sharing
Ricardo Silva venceu em 2005 o primeiro prémio da Grande Noite do Fado, na categoria de instrumentistas. A sua formação musical inclui o curso de Guitarra Portuguesa do Conservatório de Coimbra, e a Licenciatura e Mestrado em Guitarra Portuguesa, com o mestre Custódio Castelo. No seu currículo incluem-se colaborações com nomes como Mariza, Jorge Fernando, Marco Rodrigues, Paulo de Carvalho, Fábia Rebordão, Ala dos Namorados, Fafá de Belém, Anaquim e Sangre Ibérico, entre outros. Atualmente, Ricardo Silva é o guitarra portuguesa do quarteto de Júlio Pereira. Integra, desde 2013, a banda Catraia, na qual é compositor, autor e intérprete. A solo, conta com três álbuns editados: “Semente” (2014), “Contado à Guitarra” (2018) e “A Guitarra e as Violas” (2021).
Fonte: Nota de Imprensa