O ano de 2021 surpreendeu até os mais otimistas em inúmeras áreas de atividade no nosso país. Não obstante as dificuldades sentidas, a capacidade de adaptação e resiliência tornaram-se imagens de marca que resultam agora num contínuo sucesso.
Já é do conhecimento geral que o preço das casas em Portugal continua a bater recordes. Se outrora estes números se limitavam a distritos-chave como Lisboa, Faro, Porto ou até a Região Autónoma da Madeira, outros entram agora nesta equação.
Poucos desempenhos são tão impressionantes como o registado no distrito de Évora ao longo de 2021. Até ao ano anterior, o preço médio de venda havia escalado até aos 204.670€. Já no ano passado, chegou aos 238.373€.
Num mercado onde a escassez começa a tomar conta das tendências, a construção de novas habitações não consegue acompanhar a demanda. Outros fatores, da ordem macroeconómica, continuam a pesar nesta balança desequilibrada.
O Que Esperar de 2022
Até prova em contrário, tudo indica que um pouco mais do mesmo. Se considerarmos que comprar casa em Évora era até final do ano passado 16,5% mais dispendioso que no ano anterior.
Se nenhuma mudança de fundo se verificar no percurso atual, é expectável que continuemos a observar um aumento dos preços do imobiliário a nível nacional. Infelizmente, podemos também claramente assumir que a realidade socioeconómica dos portugueses não consegue acompanhar esta escalada.
Com muitos dos efeitos da pandemia ainda sentidos no meio da construção civil, o preço dos materiais de construção aumentou para níveis recorde. Não é por mero acaso que atualmente se registam elevados valores para casas que precisam de uma total remodelação, ou até para terrenos destinados à construção.
Os verdadeiros prejudicados por esta situação são todos aqueles que já não conseguem comportar as elevadas rendas ou aceder à compra de imóveis em distritos como Lisboa. Aqui, o preço médio de venda em 2021 era já de 578.083€. Faro, com 479.300€ acompanha esta tendência, bem como a Madeira, com 359.513€. Ainda uma menção para o Porto, com 323.016€.
Os Fatores Que Podem Fazer Descer o Preço das Casas
Ainda que de momento aparentem improváveis, existem inúmeros fatores que se refletem no preço das casas. É importante não esquecer que existe alguma tendência de escassez no mercado, o que leva à prática de preços elevadíssimos.
Porém, o aumento das taxas de juro é sempre o ponto de partida para considerar uma perspetiva de descida. Já noticiado como quem prepara o mercado para más notícias, é ainda incerto se será o suficiente para criar uma tendência de descida acentuada nos valores praticados.
A instabilidade diplomática entre Rússia e Ucrânia tem também colocado os mercados financeiros em sobressalto neste início de 2022. O mercado imobiliário prolifera em períodos de estabilidade e confiança, não em aritméticas imprevisíveis.
Évora reflete o ritmo a que o restante país cresce no que se refere aos valores praticados no setor imobiliário. Esta é uma expressão dos elevados preços nos distritos de maior população, mas também sob a perspetiva de investimento rentável a médio prazo.
Se outrora o imobiliário era considerado um investimento sólido a mais de 10 anos, com valorizações registadas de dois dígitos ao ano, não é difícil compreender porque o mercado continua a superar largamente a evolução dos salários e da economia em geral. Resta considerar até quando.
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