“Passados dois anos de um mandato que, como calculámos, não seria fácil, podemos dizer que o balanço é positivo e que os objetivos estão dentro do que pretendemos para a freguesia”.
As palavras são de Ananias Quintano, presidente da União das Freguesias de Malagueira e Horta das Figueiras (UFMHF), no Boletim da Freguesia distribuído recentemente.
Este foi o mote para uma conversa com o autarca na Rádio Telefonia do Alentejo, em que estiveram em destaque os primeiros dois anos de mandato desta equipa.
Ananias Quintano começou por referir que “era um mandato que nós sabíamos difícil porque a freguesia é de facto enorme, embora na minha opinião não terá muito a ver com a dimensão da freguesia o ser melhor ou pior o nosso trabalho”, reiterando que “tem a ver com os meios que nós temos à disposição para fazer esse trabalho e como já sabíamos são insuficientes”.
Evidenciou também que “é uma freguesia muito heterogénea, que tem desde pessoas de classe social média-alta até sem-abrigo”, ao mesmo tempo que realçou que “a união de freguesias não pode só por si resolver muitos dos problemas que surgem e temos tentado resolver os possíveis e encaminhar os outros para as instituições adequadas”.

A par disso, o presidente da UFMHF sublinhou que “para uma freguesia desta dimensão, o orçamento que ela tem (cerca de 500 mil a 600 mil euros) é curtíssimo”, lembrando que “grande parte dessa verba é para pagamento de salários, além de termos um problema, que será comum a todas as freguesias que têm a seu cargo os refeitórios escolares, que é o aumento brutal do preço das refeições”.
Não obstante esta realidade, Ananias Quintano adiantou que “estes dois primeiros anos foram para conhecer a freguesia e para fazer um levantamento das necessidades e agora, a pouco e pouco, temos ido intervindo da forma possível”.
Acrescentou que, “em 2022, foi pouco, mas, em 2023, já começámos a fazer mais investimento e, certamente, em 2024 faremos ainda mais”.
O autarca focou que “há uma intervenção que é pouco visível, que é a social e que nós fazemos diariamente, incluindo em parceria com outras instituições da freguesia”.
Destacou ainda “a intervenção no espaço público, em que temos resolvido algumas coisas, como alterar a caixa multibanco que está no edifício da Malagueira, que já não funcionava e que é muito utilizada pela população”.
Realçou que “também temos investido nos chamados aparelhos urbanos para a prática de exercício físico, que já estão colocados em vários locais”, anunciando que, “nas Vilas do Alcaide, estamos a construir um parque infantil, pois é uma zona que tem muitas crianças e que não dispunha de nenhuma área de lazer, e aí também serão colocados estes aparelhos”.
De acordo com o presidente, “requalificámos ainda todo o sistema informático da união de freguesias, agilizando os serviços que prestamos aos fregueses, ao mesmo tempo que também facilita o acesso à internet que temos disponível para a população nos dois polos”.
A nível cultural, salientou a realização de diferentes debates e exposições, mas também do Ciclo de Concertos da União. A este respeito, enumerou que “fizemos uma primeira edição em 2022, com seis concertos, dois deles de grande qualidade, e nesta segunda edição optámos por fazer só quatro concertos e aumentar a qualidade”, confirmando que “conseguimos o objetivo de ter muitas pessoas a assistir aos concertos”.

Ananias Quintano assumiu que “o objetivo é dar continuidade a este evento, bem como à iniciativa do cinema na rua”, assegurando que “tentamos fazer estes eventos nos diferentes bairros da freguesia, embora haja zonas com mais condições para a realização dos concertos, por exemplo”.
Durante a entrevista, não deixou de frisar que “a limpeza urbana é da responsabilidade da câmara municipal, mas os nossos operacionais também estão ao serviço da limpeza urbana sempre que seja possível”, relembrando que “a nossa grande responsabilidade de limpeza e de reparações são as escolas, aí não podemos falhar e não temos falhado, felizmente”.
Relativamente aos quase dois anos de mandato que ainda faltam, o autarca garantiu que “é para continuar este trabalho de proximidade com a população e com as instituições”, recordando que “muitos poucos projetos podem ser feitos só pela junta”.
Revelou também dois que estão “em cima da mesa”, nomeadamente “a necessidade que o Bairro da Casinha tem de um espaço de lazer e que no Bairro do Moinho há um espaço, entre o bairro e a Ribeira da Torregela, que queremos aproveitar para fazer um equipamento desportivo diferente do habitual”.
O presidente da UFMHF sustentou que, “apesar de não depender de nós, iremos fazer força para que avancem os projetos relacionados com a Ribeira da Torregela e o Lago da Malagueira”, constatando que “o fraco caudal e as descargas ilegais são problemas que têm de ser resolvidos na ribeira e o lago tem de ser limpo”.
Outro ponto que tocou prende-se “com questões ligadas aos acampamentos ilegais que têm acontecido na freguesia”, considerando que “tem de se encontrar uma solução, mas que acautele também as necessidades das pessoas que estão nessa situação”.
Em jeito de conclusão, Ananias Quintano assumiu que “não conseguimos fazer tudo aquilo que os fregueses precisam e querem, mas iremos fazer o melhor possível, dentro das nossas possibilidades”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS